Daniel Campos

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22/01/2012 - Cavaleira do vento

Ela cavalga em noite de tempestade como um raio no meio da noite. Cavalga a pelo e em certas horas é o próprio cavalo. Cavalga com uma espada nas mãos. Uma espada de fogo. Aliás, cavalga quente, suando de prazer. Cavalga como uma lenda feita de carne. Cavalga coroada de rubis. Cavalga como um clarão vermelho flamejando a escuridão. Cavalga movida pela fúria, pela paixão, pelo ciúme. Cavalga sem destino, mas sabendo perfeitamente onde vai chegar.

Ela cavalga no ritmo dos tambores que batem do outro lado do oceano. Cavalga numa passada firme e decidida. Cavalga calando bocas, firmando sua verdade, levando e deixando saudade. Cavalga conduzindo o rumo, a forma e a intensidade do vento. Furacões e vendavais, brisas e tufões, surgem de seu galope. O coração passa em trote. Mulher do ar. Do ar em movimento. Cavalga em terras, céus, mares e corpos. Cavalga em linha reta, sempre em frente, como o próprio tempo que nasce de seus cascos.


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