25/11/2010 - Casa rosa
Na casa rosa há uma mulher meio carne meio anjo debruçada na varanda, com os olhos serranos e sonhos mundanos. Na casa rosa há uma mulher que esconde as estrelas da noite, açoitadas pelo sol, nos vértices de seus lábios. Na casa rosa há uma mulher querendo ser amada enquanto mulher. Na casa rosa há uma mulher que trilha as trilhas dos pensamentos alheios. Na casa rosa há uma mulher com cabelos de cachoeira. Na casa rosa há uma mulher doce como os quitutes que se esparramam por uma mesa colonial.
Na casa rosa há uma mulher meio sombra meio luz debruçada na varanda, com os braços abertos acalentando o vento. Na casa rosa há uma mulher lactando a vontade de gerar um novo mundo. Na casa rosa há uma mulher que se aninha em suas próprias tramas. Na casa rosa há uma mulher vestida de nudez. Na casa rosa há uma mulher que pode matar e morrer por um ideal. Na casa rosa há uma mulher que invoca seus santos e acredita em milagres. Na casa rosa há uma mulher que recebe e se dá, como um ramalhete rosa.
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