Daniel Campos

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08/04/2012 - Cadê os coelhos?

A menininha acorda apreensiva em busca de patinhas. Na verdade, rastros de coelho. Procura os tais vestígios pelo chão de seu quarto, pelas paredes e até no teto. Tamanha sua ansiedade chegou a sonhar com um coelho orelhudo, branco e de olhos vermelhos. Pensou que ao abrir os olhos enxergaria coelhos pulando para lá e para cá sem parar. Quando não viu nada fez beicinho e ameaçou um chororô sem fim. Chamou pela mãe, pelo pai, pela avó, mas ninguém apareceu. Será que havia sumido junto com os coelhos?

Logo cedo tinha um mistério tão grande para resolver. Não teve dúvida, calçou as pantufas e pegou Kaxuxa, uma boneca de vestido remendado e cabelo alaranjado, para lhe fazer companhia na investigação. Procurou debaixo da cama, dentro do guarda-roupa, atrás da cortina, no fundo das gavetas. Vasculhou todos os cantos, chamou todos os nomes de coelho que podia imaginar que existissem. Abriu a porta do quarto e ganhou a casa arrastando Kaxuxa.

Nada nem ninguém no quarto da mãe, da irmã, da avó. A casa estava vazia. As lágrimas já se amontoavam nos olhos quando escutou um barulho vindo da sala. Só podia ser um coelho. Desceu as escadas correndo. Nem se importou com a cabeça de Kaxuxa que batia de degrau em degrau. No piso da sala havia marcas de patinhas. Dezenas delas. Todas branquinhas. Ela abriu um sorriso e foi seguindo aquele caminho tremendo de alegria.

O rastro das patinhas acabou em um grito. Um grito de contentamento. Havia encontrado uma cesta cheia de ovos de páscoa de vários tamanhos e sabores. Seus familiares apareceram batendo palmas pelo achado. Todos comentavam sobre os coelhos que estavam por ali ainda há pouco. Tinham inclusive perguntado por ela e ainda deixado abraços. Procurou entre os ovos, mas não encontrou o que queria. Enquanto Kaxuxa se lambuzava de chocolate, a menininha continuava chamando pelos orelhudos...


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