Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
01/09/2015 - Beijos pelo caminho

Olha na minha boca a procura do nosso último beijo. Veja quanto tempo faz. Pensa no quanto de beijos já deixamos pra trás desde que nossa boca se encontrou pela primeira vez num mês que já nem me lembro mais. Mentira! Eu guardo em mim cada detalhe seja quanto ao lugar, ao horário, ao medo, à textura, ao sabor do nosso beijo primogênito. Tudo segue intacto em minha memória. Tudo é nítido demais para mim. E isso é bom porque revivo cada movimento. E isso é ruim porque me vejo cada vez mais beijos ficando ao longo do nosso caminho. E beijos longe da boca não sobrevivem pra sempre. São como balões que ficam ao vento por dias, mesmo que mais murchos, mas quando tocam o chão ou até mesmo a ponta de uma estrela estouram.


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar