05/05/2008 - Béééééééé!
A nossa política financeira anda em ritmo de tartaruga, cochila feito urso em período de hibernação e tem o ânimo de uma preguiça. A nossa política monetária, com os maiores juros de todo o mundo, é puramente recessiva e vive para restringir investimentos e o consumo baseado em crediário. A nossa política fiscal é absurda a ponto de não permitir expansões como em países civilizados. A política cambial é uma ilusão, posto que tenta, a uma preço alto, manter o câmbio valorizado, prejudicando, sobretudo, a indústria e a agricultura.
Essas políticas recessivas resultam da opção do Banco Central em manter por mais de 12 anos as maiores taxas de juros reais da história da humanidade. A política monetária e cambial são soberanias exclusivas do BC! E a fiscal, que deveria estar sob o controle do governo, também caiu nas mãos do Banco. Não é a toa que Henrique Meirelles (presidente do BC) tem mais força que Guido Mantega (ministro da Fazenda) e do que o próprio Lula. José Alencar, (vice-presidente do Brasil e ferrenho crítico dos juros altos) que o diga. Crescer sem inflação é o mais comum hoje. Não é preciso grandes esforços. Até a África está crescendo, sem inflação, em média acima do Brasil. O que nunca tinha acontecido na história.
Com tudo isso fica clara a fraqueza política de Lula, que não consegue fazer valer suas vontades (isto é, se juro baixo for desejo do nosso presidente). Falta arrojo político. Infelizmente, o Brasil está nas mãos do Banco Central. E, pelo visto, esse banco quer boicotar um futuro melhor para o país. E por quê? Porque representa os interesses do capital mundial e Meirelles também tem um pé no PSDB, partido de oposição ao PT, do governo.
É difícil saber que estamos nas mãos de uma disputa superficial e idiota que emperra o desenvolvimento do país. É triste o nosso papel: reféns do Banco Central. E é revoltante ter consciência de que o homem com um histórico de lutas que poderia mudar essa situação se transformou em um cordeirinho nas mãos do capital. Bééééééééé!
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