23/12/2013 - Balão de gás
Hoje sou um daqueles balões de gás hélio que, de repente, escapou das mãos que o levavam como seu. Depois de caminhar, ou melhor, flutuar, por entre parques de diversão, pracinhas de novela e ruas pavimentadas de uma alegria criança, puramente inocente e repleta de coisas inéditas, fui solto.
Meu barbante que vivia entrelaçado pelos dedos de uma mão pequena que me carregava para lá e para cá segue solto no ar. E eu só faço subir, subir, subir e me distanciar de um mundo que eu já me considerava parte. Casas, pessoas, carros, tudo foi ficando distante e pequeno ao mesmo tempo...
Furei nuvens, dancei no ritmo dos ventos, sobrevivi a galhos, antenas e pássaros. Subi inflado por sonhos, por histórias, por sensações... Não sei onde vou parar (se é que vou parar), mas antes de estourar queria tanto, mas tanto, que meu barbante se enroscasse nas pontas de certa estrela...
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