21/12/2009 - Atormentações
Eu não sei o que faço aqui. Quem são vocês? Onde estou? O que sinto? Quem sou? São tantas perguntas girando feito peão de menino pela minha cabeça. Entre tonteiras e tonturas ora estou no centro, ora na direita ou na esquerda dessa estrada. E o pior é saber que tudo isso não vai dar em nada. São tantas vidas, são tantas voltas, são tantas tentativas para acabar em pó e retornar ao barro, ao sopro divino.
O mundo gira e eu giro pelo mundo. Será que ao menos giramos na mesma direção? Quem gira mais rápido? E se eu correr demais e cair no espaço sideral, ou melhor, num vazio existencial? E se estivermos girando em órbitas opostas, será que somos atraídos um pelo outro ou afastados num sentimento físico-humano de repulsão? Eu quero os conselhos dos cientistas, dos pós-especialistas, dos manobristas...
O que existe para além dessas paredes, dessas ruas, dessas placas de trânsito? O que os astronautas ainda não revelaram? Será preciso virar pára-quedista ou escafandrista para descobrir uma passagem secreta no borrão do céu ou na imensidão do mar? Eu preciso andar, voltar, girar... Preciso descobrir o que faço aqui. Para onde vou? Quem fui, quem sou? Quem sabe uma terapia de vidas passadas. Quem sabe uma cartomante de cartas marcadas. Quem sabe um oráculo ou apenas a paz de um ano sabático.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.