Daniel Campos

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13/07/2015 - Ardente

Toma meu corpo de assalto, furta meus prazeres e rouba meus quereres pra sua vida. Enrosca-se nas minhas tantas despedidas que se acumulam por meus meandros. Entra com sua roupa de bailarina no meu escafandro. E diz que me ama sem dizer nada. Eu sou da mulher amada e isso é incontestável. Vou como poeta do imponderável coração. E a minha canção já é cantada por sua língua. Beija, beija, beija até dar íngua. Meus pulsos febris e nossos corações se doando como que passando em funis. São tantos amores pelos brasis, pelos braseiros, pelos brasões dos sentimentos que são balões ao vento. Agarra-me por inteiro. Atarraca-me como se eu fosse o seu prisioneiro. Amarra-me como rede por entre os coqueiros dos seus olhos que vergam para mim. Não nega que mesmo indo de encontro ao fim queremos tanto o começo quanto o recomeço. Amor de entrega não se nega e nem tem preço. Eu sou o endereço do seu desejo, da sua vontade. Vem e num beijo me invade por completo. Não tenho chão nem teto só o querer que me arde.


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