Daniel Campos

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13/06/2010 - Amor toscano

Ao longe, seus olhos badalam como sinos. Da varanda, lhe avisto rompendo as olivas e se embrenhando pelos vinhedos que circundam nossa casa. Vem misturando suas cores quentes àquelas tonalidades de verde como um autêntico pôr do sol. Na cozinha, sem que você saiba, nossa pasta já está al dente. Depois de demorados goles de um cálice tinto, minha boca lhe espera seca e doce de desejo. Posso dizer que o ato de lhe ver me deixou mal acostumado e exigente com a beleza.
Vê-la assim é, no mínimo, cinematográfico.

E quem disse que no cinema existe a palavra "impossível"? Realizar o sonho de flertar com você dessa forma não é um privilégio de ricos e famosos. Nosso enredo é povoado de romances e paixões. Com quês de Florença, de Monteriggione e San Gimignano, dá água na boca assistir a sua chegada. E quando pensei que já havia lhe visto de todos os ângulos, você foi crescendo em minhas retinas de forma tão bela quão inexplorada.

E olha que lhe acompanho de muito longe, desde quando corria pelos campos de limões. A sua leve doçura e o azedume ácido num horizonte tipicamente renascentista. Do alto da nossa torre, pude acompanhar todo o balançado da sua geografia montanhosa. Depois de tanto lhe esperar, vamos reviver a “Divina Comédia” de Dante Alighieri, nos misturar nos óleos de Leonardo da Vinci e nos amar maquiavelicamente como Nicolau Maquiavel nos ensinou.


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