15/11/2011 - Amor republicano
Proclamo-a diariamente como uma espécie de república em minha vida. Meus sonhos, cidadãos de mim, elegeram-na democraticamente para governar meus sentimentos. Uma paixão vitoriosa a partir do voto livre e secreto de cada uma das minhas esperanças. E republicano que sou vivo esse amor maquiavélico delegando todos os poderes sobre mim as suas mãos. Você é a chefe do meu estado, a minha rainha, a minha divindade pós-contemporânea e clássica, enfim, o meu republicanismo pelo direito e pelo avesso.
A minha república é ambígua, confunde-se com democracia e com liberalismo, embora tenha tendências ditatoriais. Simplificando é um território onde se busca o bem comum, administrando meus interesses públicos e secretos. Sigo a sua constituição, obedecendo a uma série de leis que transformam a minha república no seu império. Filosofias políticas à parte, rasgo paradigmas e escrevo poesias que transcendem Maquiavel, Monstesquieu, Adams e Madison.
Proclamo-a diariamente como a minha república em relações de uma cidadania carnal. Nossa república não é mercantil, absolutista, comunista, islâmica, protestante ou liberal, mas lírica. Afinal, o que dizer dos nossos beijos iluministas. Nossa república não conduz à anarquia ou à tirania, mas a um sentimentalismo sem qualquer limite ou pudor. Com as bênçãos de Jean-Jacques Rousseau nosso amor republicano se fortalece, cresce e enobrece proclamação após proclamação.
Comentários
Nenhum comentário.
Escreva um comentário
Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.