Daniel Campos

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13/04/2011 - Amor e revolução

Amor se faz com revolução. Aliás, com incontáveis revoluções internas e externas. Ou melhor, o amor é a própria revolução contínua que nos habita do primeiro ao último dos nossos dias. Amor se faz com paixão e guerra. Amor se faz com poesia e com Chico Buarque, com Caetano Veloso, com Milton Nascimento, com Nara Leão. Amor se faz com flores e fuzis. Amor se faz com tortura – afinal, o que dizer da saudade, do ciúme, dos golpes e atentados que pavimentam a nossa estrada amorosa?

Amor, que é amor, transforma, modifica, altera, revoluciona mundos. Amor se faz com protestos e com muita opinião. Amor se faz com fugas, com estratégias e, sobretudo, com resistência, seja ela armada ou não. Amor se faz com doses de ilegalidade, de aventura e coragem. Amor se faz com nascimentos e mortes, sejam eles de pessoas ou lugares ou tempos ou sentimentos. Amor é uma pátria que se quer livre. Amor é o milagre da sobrevivência coexistindo entre o pecado e a penitência.

Amor e revolução, realidade e ilusão, ofensa e perdão. Amor, de fato e de direito, se faz com heroísmo e otimismo. Amor se faz com encontros, separações e reencontros de Marias e Josés. Amor se faz com peito aberto, com Gilberto Gil, com Rita Lee, com Edu Lobo e Elis Regina. Amor se faz de batalha em navalha, combatendo o autoritarismo da solidão. Amor e revolução, personagens centrais de uma mesma encenação: a novela da vida, tão vivida quão proibida.


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