31/10/2010 - Amor e eleição
No amor não existe direita ou esquerda, apenas amor. Amor não se restringe a uma só ideologia, não se acorrenta a uma só corrente, não cabe em uma só bandeira. Amor é plural. Amor é discurso, promessa e debate. Amor é político e, ao mesmo tempo, apolítico. Amor é propaganda. É preciso a todo instante tentar conquistar seu eleitorado, que contempla a criatura amada e seu círculo de confiança. Amor é obra, muita obra. É fundamental construir caminhos, alianças e vitórias. Amor é ficha limpa. Não adianta tentar esconder o passado, mas se já foi condenado ainda tem chance de buscar o perdão.
Amor é uma tese sem fim. Cabe tudo em um romance desde que haja bom senso. Amor é plano de governo. Para amar de forma perfeita é necessário ter metas e planos amorosos a curto, médio e longo prazo. Amor é sabatina. Quantas as perguntas, as dúvidas, os porquês que nascem diariamente em um namoro, noivado, casamento. Amor é pesquisa pela qual o casal precisa avaliar constantemente os pontos positivos e negativos da relação, os índices de aprovação de certas atitudes e os concorrentes.
Não há dúvida: comitê de amor é coração. Quanto mais sonhos e fantasias maior será a carreata de sentimento. A boca de urna deve ser feita de maneira intensa e bem próxima, com beijos e mais beijos. O comício fica ao seu critério, podendo ser feito em prosa ou em versos. Flores, perfumes, jóias e outros mimos podem ser excelentes cabos-eleitorais. Só tome cuidado para não cometer o crime ou a indelicadeza, como preferir, da compra de voto.
Amor assim como voto não se compra, conquista-se. Ao menos, no campo ideal é assim que funciona.
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