Daniel Campos

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06/05/2012 - Amor bailarina

O amor é como bailarina, caminha na ponta dos pés quando chega e quando se vai. O amor não diz a que veio e nem justifica sua despedida. Como pássaro pode se aninhar perpetuamente ou migrar de estação em estação. O amor não dá satisfação, pois é livre por natureza. Amor acorrentado, parasita, xiita, dependente, submisso, caído não é amor. Amor é quente mesmo quando frio, é corrente como água de rio, é o constante arrepio.

O amor é como vento, parece não ter direção ou sentido, mas sabe muito bem seu itinerário. Amor que é amor não tem horário, não se prende a calendário, não vive num aquário, tampouco num relicário. Amor é explosão, é canção, é sublimação. Amor que é amor não se limita a uma cruz, é metade sombra metade luz. Amor é que delira, o eclipse que vira e desvira a alma. Amor é a pressa que se dá com calma, é a linha que se esconde na palma.

O amor é como a morte, mata uma vida e conduz a outra completamente desconhecida. Afinal, amores não se repetem. O amor é sempre um livro não lido, o sentimento atrevido, o fruto proibido que deve ser comido. Amor que é amor não cabe numa religião, não precisa de perdão, não diz que sim nem que não. Amor que é amor não tem cor, suporta dor e voa como condor. O amor tem asas de rapina e pés de bailarina.


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