Daniel Campos

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22/07/2013 - Amor amargo

Não me encanta o doce do chocolate, mas o seu amargo. Aqueles bolos com recheios caudalosos e coberturas coloridas em nada me servem se não tiverem a nítida presença de um amargor, que dá sabor justamente pela quebra de açúcar. Quero distância dos chocolates brancos e pardos. E que confeiteiro algum chame isso de discriminação, mas devo confessar que só sinto prazer com chocolates pretos. Não querendo ser careta, mas minha boca nega e renega todos os impuros. E como pureza é fundamental, nada do meu chocolate sendo misturado com leite ou com qualquer outra coisa que não seja a minha saliva.

Se possível, por favor, que seja embrulhado, naquelas embalagens chamativas de bombons, o próprio cacau. E que fique bastante claro que essa preferência por chocolate amargo não é porque ele emagrece, diminui ansiedade e estresse, rejuvenesce e previne doenças, pois torresmo e batata frita não fazem nada disso e eu os amo com a mesma intensidade. Os antioxidantes têm o seu valor, mas o que eu quero dizer está além deles e dos outros benefícios científicos desse tipo de chocolate. É questão de paixão, pois, conseguindo ser doce na medida exata e guardando tamanha pureza, o amor amargo vicia, mas não enjoa.


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