Daniel Campos

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25/05/2015 - Acaloramento

Um prato de sopa de avó com um pão entardecido aquece o estômago e a alma de quem não se esquece. O colo de quem se quer bem cobre mais do que coberta de casal que ainda se chama muitos e muitos anos depois de meu bem. A expectativa da chegada da pessoa amada incendeia mais do que o fogaréu da partida. O fogão a lenha é como nosso peito cozinhando uma paixão. E a vontade proibida nos queima entre o pecado e o desejo. Um pão sovado por mãos que são mães alimenta e sustenta de fermento os sonhos que crescerão. O porta-retratos bem postado dá gosto ao passado e morna o presente como banho de recém-nascido. A saudade quando remexe dentro da gente é como criança brincando em nossas entranhas com suas manhas e artimanhas. A cama desarrumada é um ninho que ferve a quem nela se atreve. O sol que a nós se estende pode dar calor como uma boa lua render suador. E quando a fé entra em ebulição não é preciso dizer mais nada não.


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