06/12/2013 - Abraço de 72 horas
Meu amor, eu quero um abraço de 72 horas, que comece na sexta, atravesse o final de semana, e se desmanche só na segunda-feira. Nada menos do que 72 horas do meu corpo junto ao seu, entre palavras apaixonantes e silêncios reconfortantes. Ao longo do abraço, nossos perfumes hão de ser um só para que ao final dele sejamos simples e puramente o aroma alheio. Um abraço capaz de acabar com qualquer tempestade, por mais insensível e violenta que ela seja. Um abraço que simbolize e concretize o infinito que há neste nosso querer ser para sempre um só.
Um abraço sem precedentes na história da humanidade e dos deuses. Serão 72 horas de contatos físico, mental, sentimental, espiritual, transcendental... Setenta e duas horas de nossos corações se falando intimamente, na linguagem misteriosa e emblemática dos batimentos, como se fossem eco um do outro. E que não haja espaço para quaisquer dúvidas relativas ao amor e suas variantes durante e pós-abraço. Que seja o início de um novo tempo, ainda mais vibrante e emocionante em todos os sentidos. Um abraço para calar qualquer medo e desfazer todo desencontro.
Sim, meu amor, eu preciso de um abraço de 72 horas para recompor todas as energias sonhadoras e transformadoras. Um abraço, na pior das hipóteses, fantástico. Setenta e duas horas sem sentir saudade alguma. Sim, vamos conseguir a façanha de estancar o tempo que sempre corre de nós. Um abraço capaz de nos levar às nuvens e às profundezas dos nossos “eus”. Um abraço que, num poder atômico, irradie amor suficiente para florescer pedras. Que durante as 72 horas abraçado ao seu corpo, meu corpo possa morrer e renascer de amor incontáveis vezes.
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