Daniel Campos

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24/08/2010 - A lenda do alecrim

Maria. Maria das flores de cheiro. Maria, rainha dos jardins. Maria das pétalas delicadas e coloridas. Maria das rosas do santo rosário. Quantos os que não deixam galhas ou vasos de flores aos teus pés. Flores para agradar Maria. Flores para abrir os caminhos rumo a Maria. Flores para agradecer Maria como paga de promessas. Flores mensageiras de pedidos e preces, de sentimentos e fé.

Eu, neste dia, procuro pelos alecrins de Maria. Ah! Como eu desejo um campo repleto de alecrins para ficar próximo da Altíssima. Ao contrário de plantar soja, algodão ou alfazema, se tivesse terras plantaria alecrins. Alecrins para te ofertar, ò Maria. E não me cansaria de repetir, por incontáveis vezes, ao vento ou aos caminhantes, a lenda do alecrim:

No alto da ira de Herodes, Maria fugiu para o Egito levando em seu colo o menino Jesus. Ao longo do caminho as flores se abriam para saudar e embelezar a passagem da Mãe de Deus. Flores vermelhas, amarelas, lilases, brancas numa primavera fora de época. Flores simples e dobradas. Flores em botão, em buquê e em cálice. Flores perfumando o passar da Sagrada Família. O alecrim, sem nada a oferecer, deitou-se. Deitou-se em respeito e vergonha.

Depois de muito caminhar e sob sol escaldante, Maria parou para descansar à beira de um riacho. Foi ali que depois de lavar as roupas de seu filho procurou um local para estendê-las. As plantas floridas ao seu redor eram frágeis ou altas demais. Então, escolheu o alecrim que ficou alegre como só. Grata, abençoou os ramos com flores azuis como o manto que usava e um aroma único, digno dos céus.

Neste dia de hoje, ò senhora das flores, eu me resigno, e me curvo e me calo como o alecrim diante de tua passagem.


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