01/03/2011 - A justiça deveria...
A justiça deveria não ter cor, forma, sexo, idade, classe, credo. Deveria ser paratodos e não para um ou alguns. Deveria ser imparcial, como pregam os filósofos e os espessos livros de direito. A justiça deveria estar em todos os lugares, como uma espécie de Deus onipresente. Deveria não ser cega. A justiça deveria olhar, sem vendas e com olhos bem abertos, tudo e todos, sem distinção ou preconceito.
A justiça não deveria estar sob o poder de poucos. Deveria deixar os pedestais e gabinetes e ser feita nas ruas. Deveria não se esconder atrás de capas e togas e vir nua, de peito aberto. Deveria não servir como mercadoria ou se render ao jogo político. A justiça deveria deixar de juridiquês e falar de uma vez a língua dos homens. Deveria ser mais concreta do que abstrata, mais social do que institucional, mais justa do que injusta.
A justiça não deveria ter um só rosto, um só endereço, uma só receita. A justiça deveria ser plural mesmo singular. Deveria ser um caminho que todos pudessem trilhar e uma ferramenta ao alcance de qualquer mão. Deveria ser semeada em cada criança e ter seus frutos maduros colhidos nos mais velhos. Deveria se humanizar um pouco mais a cada dia para além de ritos seculares e autoridades. A justiça deveria não ser uma instituição, mas uma nação.
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