Daniel Campos

Imprimir Enviar para amigo
15/12/2012 - A descoberta do pepsamar

Em um mundo vitimado por tantas extravagâncias relacionadas aos comes e bebes um comprimidinho mastigável chamado pepsamar ganha contornos de tábua de salvação. Pode ser comprado com a mesma facilidade de um sanduíche, de um milkshake, de um chocolate. Além de barato, figura nas prateleiras de qualquer farmácia, sendo adquirido sem receita médica. Eficaz e de fácil acesso, uma combinação perfeita para ser utilizada como uma arma secreta.

A sensação do hidróxido de alumínio, o princípio ativo do pepsamar, agindo em nosso estômago no combate a acidez é a mesma da brisa soprando uma vela pelo mar afora em dia de sol azul. Sua ingestão traz momentos de paz e suavidade em um local marcado pelos horrores da azia, da gastrite, das úlceras. É tanta pressa para viver os efeitos do pepsamar que é difícil conseguir que ele dissolva inteiramente na boca antes de cair na tentação de mastigá-lo.

Tão logo a pastilha derrete se transformando em areia em nossa boca aquela queimação vai embora. Tudo se resolve antes das leituras de posologia, indicações, efeitos colaterais, interações e outras informações. Aquela areia fina e saborosa parece um pó mágico. Bendita seja a bruxa ou bendito seja mago que descobriu que o alumínio combate os males causados por comidas e bebidas que seduzem nossos olhos, que colocam de quatro nossa razão, que traem nossas dietas...


Comentários

Nenhum comentário.


Escreva um comentário

Participe de um diálogo comigo e com outros leitores. Não faça comentários que não tenham relação com este texto ou que contenha conteúdo calunioso, difamatório, injurioso, racista, de incitação à violência ou a qualquer ilegalidade. Eu me resguardo no direito de remover comentários que não respeitem isto.
Agradeço sua participação e colaboração.

voltar