21/08/2015 - 50 anos de jovem guarda
Meu pai era menino do interior de um tempo de tantos nascimentos e renascimentos. Menino das peladas de dribles desconcertantes e dos gibis que passavam de mão em mão. E na televisão que meu pai via na casa de um vizinho, ainda com imagem tremida e cores resumidas ao preto e branco, nascia, em um programa de auditório, a Jovem Guarda. O tremendão, o rei e a ternurinha em meio a um tanto de músicos e cantores e grupos numa batida diferente do yê-yê-yê. As tardes de domingo de meu pai e de tantos outros jovens, de corpo ou de espírito, nunca mais foram os mesmos. E o vocabulário deu lugar a "broto", “papo-firme”, "carango" e a "é uma brasa, mora?". A moda mudou, a forma de falar de amor mudou, o mundo ganhou em espontaneidade e liberdade. Cinquenta anos depois não há mais jovem guarda nas tardes de domingo da televisão, mas o ritmo da juventude continua inspirando e levando vidas. Assim como muitos os que assistiram esse nascimento, como meu pai, ficaram marcados por uma espécie de elixir da juventude quando provaram o mais jovem de todos os tempos e ritmos – a jovem guarda.
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