Daniel Campos

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09/03/2015 - Tarde de temporal

Entre raios, vejo seus olhos alumiando temporais
Eu te amos trovejam uma saudade de granizo
Que cai ferindo, cortando, zunindo corações
Chuvosos alagados de pranto, dados a enchentes
E outras inundações de verão. Bocas de vento
Se beijam entre nuvens e folhas que rodopiam
Em redemoinhos de sentimento cegos
Que arrastam multidões de cupidos e flechados
Que entre rodopios rezam pelo fim
Ou pela intensificação do toró

Os galhos envergam, o capim deita
Nossos corpos balançam numa turbulência
E se ajeitam. As flores gritam, se despetalam
E enfeitam os caminhos que correm
Como enxurradas sob nossos pés.
Líquidos empoçam em curvas femininas
Os primeiros pingos levantam um perfume
E tudo fica surreal como pinceladas
Impressionistas numa tarde de temporal
Em que o amor árido, tórrido, agreste
Em frações de segundo
Se transforma em um pantanal.


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