Daniel Campos

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02/02/2012 - Tempo pra esquecer

Indiferente como uma estrela cadente, o tempo passa transformando vivos e mortos. Todos são vítimas da megalomania do tempo, que quer dominar tudo e todos em seus servos, escravos, amantes... O tempo é sempre tempo, não existe ex-tempo. . O tempo passa de mão em mão, mas não fica com ninguém. Mesmo frio e calculista, o tempo desempenha um importante papel na nossa imaginação. Afinal, nossos sonhos e fantasias estão condicionados ao tempo e sua extensa mitologia.

Somos todos temporais, com exceção do próprio tempo, atemporal por natureza. O tempo é o senhor da mobilidade. É o puxador dos fios da nossa vida. Por meio dele chegamos rapidamente a algum destino ou não chegamos a destino algum. Por mais ausente que esteja, o tempo está sempre presente. Por saber da sua falta de limites, esbanja confiança e poder e até mesmo um ar pretensioso. Dependendo de seu humor, rasteja ou voa, deixando-nos pesados ou leves.

Impossível mesmo é tentar enganar o tempo, montá-lo ou feri-lo. Com a soberba dos deuses ele nos encurrala em seus labirintos. Permanentemente cético, anda alheio aos problemas mundanos. O tempo é consumido, mas na verdade é ele quem nos consome supérflua ou profundamente. Mesmo tirano, tira onda de herói. Ele nos propicia pesadelos e solidão porque insistimos em cultuá-lo quando na verdade ele deve ser esquecido.


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