Daniel Campos

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15/04/2012 - Renunciando a deus

Renuncio ao deus que não desce do altar, que dá ordens do alto de um trono, que mantém os olhos acima das nuvens. Renuncio ao deus que quer exércitos, súditos e joelhos dobrados. Renuncio ao deus que exige provas constantes e sacrificantes de fidelidade e amor. Renuncio ao deus que se limita a uma igreja. Renuncio ao deus dos ladrões, dos barões, dos grilhões. Renuncio ao deus restrito, preconceituoso e doloroso. Renuncio ao deus imutável, irrefutável, indomável. Renuncio ao deus que não dança e, que não canta e que não se levanta diante de uma dama.

Renuncio ao deus que vive de mandamentos e esconde sentimentos. Renuncio ao deus que não ri e, que não abraça e que não dá o sangue por sua criação. Renuncio ao deus que não conversa com as estrelas e que não toma banho de mar. Renuncio ao deus que promete e, que se repete e que vive na boca dos pregadores. Renuncio ao deus ausente e ao deus que age de forma inconsciente. Renuncio ao deus tirano e ao deus que faz tudo por debaixo do pano.

Renuncio ao deus que acha que sua obra está acabada. Renuncio ao deus que não se entrega por inteiro. Renuncio ao deus que não tem suas comidas e bebidas preferidas. Renuncio ao deus que não tenha medo de nada. Renuncio ao deus que brinca de ser deus. Renuncio ao deus vive sozinho e que se declara autossuficiente e completamente independente. Renuncio ao deus que não sonha. Renuncio ao deus que nunca pecou. Renuncio ao deus que nunca amou demais.


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