Daniel Campos

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19/05/2014 - Presença tatuada

Desde que encontrei a mulher amada nunca mais a esqueci, por um milésimo de segundo sequer. Fui tomado por ela de um jeito irresistível, completamente infalível. De repente, quando percebi, todos meus momentos cotidianos ou surreais já a continham sob medida. Chegou como uma epidemia silenciosa e foi se alastrando e dominando tudo o que era meu, tudo o que era eu. Passei a ter fome, sede e sono da mulher amada. A presença dela sempre foi crescente e avassaladora em meus dias, noites, tardes, manhãs, madrugadas, alvoradas... Não foi só uma parte dela, foi o todo; não foi só um pedaço dela, foi ela inteira; e ela não me foi fragmentada, foi única. A mulher amada ocupou ao seu modo cada um dos meus espaços físicos e psicológicos. A mulher amada está na minha cama, no meu carro, no meu copo, na minha música, na minha lua, na minha escrita. Hoje, não há absolutamente nada em mim que não diga respeito à mulher amada, seja de forma direta ou indireta, consciente ou inconsciente, voluntária ou não. Todas as conversas, todos os toques, todos os sonhos, todos os beijos com origem na mulher amada estão tatuados ao longo do que sou num conjunto de tatuagens invisível aos olhos céticos, mas completamente compreendido pelos olhares apaixonados que leem e veem a mulher amada ao meu lado mesmo quando sigo aparentemente sozinho pela estrada.


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