Daniel Campos

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07/08/2008 - O caos do caos do caos

O mundo é mais profundo do que o fundo do teu eu. Ah! Mergulha a procura da fagulha do teu breu e encontrará um novo eu. Da tristeza, nasce a beleza e as nobrezas que teu eu vai precisar. Do sofrimento, teu sentimento regenerará. Da lida, terá as lições mais fortes. E da morte, a sorte de mil corações. Ah! Passa pela ameaça da alcova, renova a couraça e doa-te em trova enquanto prova que tu és a boa nova.

Das profundezas da indelicadeza, surgirá um eu tão secreto quão teu doce predileto. A trilha da tua vida será também a da despedida e a única saída dessa ilha em que está. Ah! Encilha os teus desejos nos beijos da filha da Goethe, e ama sem dó. E chama por carinhos, e a declama amorosa e trama os caminhos da rosa lua amarela que cai da tua janela. Cavalgando pelo teu eu, laça o cavalo de canela e esgarça tua vela a Deus, navegando pelo oceano dos enganos.

Enfrenta os leões e agüenta os dragões do candelabro e, por favor, dá cabo do diabo e da tua dor. Eis que a nova criatura proverá da lança do criador. Ah! Dança pela trança da noite escura e de tontura em tontura vai à busca da semente mais pura que já não cai. Desesperadamente, negue o rancor, pregue o ardor e se entregue ao calor do caos que te dá barriga. Ah! Engravida do despautério do amor e anuncia a tua partida para o império do condor.


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