Daniel Campos

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14/12/2012 - O canto de Liah

Liah, pássaro de asas invisíveis a olho nu. Liah, a mesma voz de ninar escancara todas as portas de casa. Liah, mulher borboleta, metamorfose musical, nascimentos e renascimentos num mesmo palco. Liah, harmonia que flui como barco na correnteza. Liah, mistério e beleza num mesmo arranjo visceral. Liah, variações inusitadas e bem-vindas de luz e som. Liah, palavras cantadas marcadas de batom ao vento. Liah, tom sobre tom, sentimento ascendente, estrela rompendo os céus do inconsciente. Liah, sangue indígena, magia natural, voz sem igual. Liah, mensageira da fantasia, lua do dia, pétala e semente bailando pelo ar. Liah, solidão poente. Liah, fibra, bilha, vibra, trilha zodiacal.

O canto de Liah arrepia. O canto de Liah ilumina. O canto de Liah contagia. O canto de Liah é ouro de mina. O canto de Liah é a majestade descalça. O canto de Liah dá sentido e significado, dá sustenido e cor, dá perfume e sabor, dá graça e ciúme, dá ardume e textura, dá prazer e formosura, dá gosto de se ouvir e viver. O canto de Liah é o canto da simplicidade complexa, da saudade convexa, da cidade perplexa. O canto de Liah é forjado nas cordas da alma. O canto de Liah é o que lapida essa pedra bruta chamada coração. O canto de Liah enlouquece e acalma. O canto de Liah é sabiá que quando menos se espera pousa na palma da mão.

A mulher dos olhos de nuvem é Liah. A delicadeza da força é Liah. O que extravasa à flor da pele é Liah. A essência da liberdade é Liah. O lirismo profundo que toca o mundo é Liah. A fada cantante dos contos é Liah. O risco assumido de peito aberto é Liah. O que alumia é Liah. O que transforma aço em passo é Liah. O que faz o silêncio assoviar é Liah. A releitura do clássico é Liah. O que nasce surpreendente é Liah. O que ecoa pela memória sem hora para acabar é Liah. O romantismo repaginado é Liah. O que leva a plateia a aplaudir e pedir bis é Liah. A poesia em carne viva que vem à luz é Liah.


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