Daniel Campos

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02/01/2012 - Novo ano, velhos demônios

O novo ano começa, mas os demônios de outrora insistem em nos atormentar. Afinal, independentemente de tempo, eles não se conformam com a felicidade alheia. Por isso, importunam, azucrinam, infernizam. Malditos demônios que doídos de insucesso e de solidão querem, a qualquer custo, contaminar o mundo com suas tristezas, desilusões e desgraças. Demônios que torcem contra, que trabalham para o mal, que se aliam aos seus. Aliás, um demônio cheira o outro.

Se fosse cinema, bastava cravar estacas em seu peito, queimar seus ossos, aspergir água benta, rezar um exorcismo... No entanto, trata-se de vida real. Misturam-se na multidão, infiltram-se na família. Mas não se esqueça que por detrás da pele humana existe a monstruosidade. Os demônios nos oferecem sorrisos quando, na verdade, querem nosso pranto. Afinal, demônios são infelizes por natureza. Para sobreviverem, alimentam-se de traições, de desrespeitos, de falsidades...

Nada machuca mais esses seres de baixíssima evolução do que a luz, do que a paz, do que a alegria. Pois eles estão condenados a uma eternidade de tristeza, de vazio, de solidão. Demônios desconhecem o sabor de um beijo apaixonado. Demônios não conseguem se sentir completos. Demônios não têm futuro algum. Por isso ardem em seus infernos particulares e assumem diversas formas. Podem estar no mau-humor, no amor possessivo, no egoísmo, na ganância...

O novo ano começa e essas criaturas das trevas, incomodadas com as expectativas de realizações vizinhas, ficam ainda mais atiçadas. Por isso, cuidado. No entanto, nada de pânico, afinal, esses seres, de tão pequenos, tendem, se você os der a exata importância, a andarem sempre debaixo do seu sapato ou a sua sombra. A não ser que você os redimensione, os conceda poderes... Lembre-se: Nada melhor para exorcizar um demônio do que o colocar em seu devido lugar.

Um bom ano para você, livre de todo e qualquer demônio.



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