Daniel Campos

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07/07/2010 - No fundo do seu íntimo

Entre o canhão e a escuridão, no fundo do seu íntimo, existe uma canção de amor. Pode acreditar, esta melodia existe e o verso não é assim tão triste como se acredita. Há sempre tempo e espaço para amar e viver esse amor independentemente de hora e lugar. Um romance de três segundos e um beijo de seis meses podem ter a mesma duração na intensidade poética de se compreender as coisas do coração. Pois então, cante avante o refrão de modo que espante do leito do peito a fria e vazia solidão.

Cante o ritmo que vem do fundo do seu íntimo sem se preocupar com jurados e afinação. Haverá sempre alguém a criticar seus atos passados ou não, e outros a sonharem com os retratos da sua canção. Só quem vive o apogeu de uma música pode aceitá-la, amá-la e, quiçá, descartá-la do seu eu. O certo é que passamos por tantas canções, mas poucas são as que ficam na memória. Glória ao sentimento, o verdadeiro senhor da história, glória.

Não se desespere em dominar todos os acordes para tocar sua vida. Apenas acorde e se deixe dominar por uma partitura, brilhante farol, que ao longo de sua formosura, lhe dá uma clave de sol. Siga sua intuição, sua inspiração, sua ebulição de sentidos em mi, dó ou fá sustenido. Antes de ser aplaudido não se esqueça de transformar seu chão em um palco de socalco. De ventos a sentimentos, seja alegre ou triste, vale de um tudo, menos ficar mudo no vagamundo que existe no fundo do seu íntimo.


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