Daniel Campos

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02/07/2013 - Futebol de alto custo

A Copa é no Brasil, mas sua realização está longe de ser real. Aliás, é feita em dólar e em euro. Tudo isso para dar uma sensação de faz-de-conta. O governo desembolsou uma boa quantia para trazer a Copa para o Brasil. Foi gasto muito dinheiro público para levantar e transformar estádios, tudo no padrão Fifa de qualidade. Um negócio de bilhões, cujo pacote incluiu resultados e a garantia do título. Não há dúvida de que para o governo não dançar rolou a famosa mala preta transformando flamenco em samba.

Quanto foi necessário para parar a seleção espanhola? Quanto foi necessário para mitificar um ou mais jogadores? Quanto foi necessário para o Maracanã não ser novamente silenciado? Não importa o valor da conta quando se é preciso deixar o povo alegre. Na política populista de pão e circo, é bom que o espetáculo deixe o público o mais satisfeito e alienado possível. Caso contrário, pode haver vaia, quebra-quebra e lonas queimadas. Com a vitória, as manifestações deram espaços para comemorações.

Uma pena que no país do futebol tudo acabe em futebol. Quando o brasileiro parar de correr atrás de uma bola e correr atrás de respeito, educação e civilização, teremos um país de verdade. Quando o brasileiro se der conta de que trabalha cinco meses por ano para pagar, entre outros, hospedagem, transporte e cardápio cinco estrelas de jogadores e camarote de políticos, ele há de finalmente acordar. Ao contrário do que dizem, o gigante ainda não acordou; ele segue cochilando e perdendo o bonde da história.


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