Daniel Campos

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20/01/2016 - Força maior

Não vendo mais champanhe em seu copo ela saiu bebendo estrelas. Tropeçou em paralelepípedos portugueses achando que se enroscava nas pernas de Fernando Pessoa. Trocou versos com a noite escura e saiu pela lua como se nela pudesse vê-la. Andou, girou, cantou e amou bêbados, mendigos e prostitutas como se amasse os seus. E ao olhar para o mar de ressaca viu o reflexo de Deus no seu rosto marcado de tanto apanhar, e se dar e se machucar por acreditar no outro. Foi, sem querer, entrando num conto solto e sem final, entre a realidade e o surreal. Quando o sol deus as caras ela estava sem salto, sem vestido, no asfalto, despida e desprovida de qualquer lembrança. Era apenas uma criança crescida chorando e se buscando com gemidos ecoando em seus ouvidos.


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