Daniel Campos

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16/12/2008 - É o fim do mundo

Li, em algum lugar, que Chico Buarque tem estudado piano clássico, com direito a muito Chopin e Debussy, para limpar a cabeça da música popular brasileira. Dtylouaçqcouhxywsypcr (desculpe leitor, mas não há tradução para o sentimento provocado por tal notícia). Uma das principais pilastras do nosso cancioneiro resolveu dizer bye, bye. E por quê? Ainda não se sabe a causa, mas eu já sei as conseqüências dessa reviravolta. Os pagodeiros do tóxico, as cachorras do funk e a gritaria do axé vão dominar geral.

Tom Jobim, Vinicius de Moraes e Dorival Caymmi partiram para o andar de cima. João Gilberto está a cada dia mais recluso. Roberto Carlos não lança um disco de inéditas há um bom tempo. Paulinho da Viola anda sumido. Gilberto Gil teve sua carreira interrompida pela política. Caetano Veloso tem mergulhado no universo da escrita. E agora, Chico Buarque decidiu mudar completamente de ares. Não achei que viveria o bastante para testemunhar o fim da música brasileira.

Por mais que eu tente, não consigo entender. Lembra-se do filme Gremlins, onde criaturas amáveis quando molhadas viravam monstros repugnantes? Pois bem, é como se a magia da canção "Garota de Ipanema", depois de entrar num mar desafinado, desse origem a uma série de aberrações conhecidas como mulheres-fruta. Elas representam "o fim do mundo" que virou a música brasileira. E quem esperava que a salvação ocorresse via Chico Buarque é melhor desistir de sonhar.


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