Daniel Campos

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24/08/2013 - De pés descalços

De pés descalços, ela passa por jardins de flores, de homens, de pedras. De pés descalços, arrasta sua túnica por reinos que lhe chamam de mãe, de rainha, de imaculada e também por reinos que negam sua existência, sua trajetória, sua importância para a humanidade. De pés descalços, canta canções de ninar como que querendo embalar o sono e os sonhos de seus filhos. De pés descalços, ela pula de estrela em estrela para chegar mais perto daqueles que a chamam.

De pés descalços, ela perfuma o chão de esperança, fazendo brotar sementes de um amor incondicional. De pés descalços, ela entra com simplicidade nas casas que a chamam de Auxiliadora, de Conceição, de Perpétuo Socorro, de Glória, de Apará. De pés descalços, ela percorre as estradas mais íngremes e doloridas sem emitir uma reclamação sequer. De pés descalços, ela deixa pegadas e indica caminhos. De pés descalços, ela se fere de espinhos e segue em frente, como se caminhasse em pétalas.


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