Daniel Campos

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10/03/2013 - Bebedeira

Bebo seus olhos de gelo no meu copo de uísque. Bebo seus problemas sem fazer cara feia. Bebo seus desejos nas horas mais quentes. Bebo suas loucuras para me libertar do tédio. Bebo seu coração numa taça de sangria. Bebo seu calendário, dia após dia. Bebo sua alma num drinque dividido com o demônio. Bebo suas imagens e miragens. Bebo sua boca em beijos de fazer a razão trocar os passos. Bebo os sonhos que ficaram em seu travesseiro. Bebo suas particularidades e seu eu mais inteiro. Bebo sua cintura em meio a uma dança. Bebo seus traumas e complexos. Bebo sua poesia deixando-me embriagar por suas frentes e versos.

Bebo suas pernas pelas tabernas. Bebo em seu umbigo todo o prazer guardado, desde o seu nascimento. Bebo doses e mais doses de seu sentimento, sem medo de overdose. Bebo suas palavras ao vento. Bebo seu corpo ao relento, seus poros orvalhados. Bebo a fragrância de seus seios perfumados. Bebo sua inconstância. Bebo seu choro, seu gozo, seu suor. Bebo sua elegância em cortes e cores. Bebo cada um de seus amores. Bebo seus pés de colher. Bebo suas atrações e seduções. Bebo do seu DNA a sua língua de sabiá. Bebo o buquê de suas tentações. Bebo me assumindo bêbado de você.


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