Daniel Campos

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16/01/2013 - A chuva de Nanã

De manhã à noite, por todos os lados há a chuva de Nanã. Chuva forte e intensa, como a personalidade de Nanã. Chuva tão antiga quão Nanã. Chuva que deixa o céu arroxeado como as vestes de Nanã. Chuva que alivia a alma e pesa o corpo. Chuva que nos curva para reverenciar aos céus, por gratidão ou temor a Nanã. Chuva que transforma toda a terra em lama, a lama da criação de Nanã. Homens e mulheres se lambuzam na chuva e na lama de Nanã, recriando-se em formas e conteúdos. Salubá Nanã!

A chuva de Nanã nos constrói e, descontrói e reconstrói. Na chuva de Nanã há mais sorte do que nas sementes da romã. A chuva de Nanã traz mensagens subliminares, perfumando os ares nos tons e essências da alfazema. A chuva de Nanã nos redimensiona ao mesmo tempo em que nos faz colocar os pés no chão, dando a cada um o seu exato tamanho. A chuva de Nanã encharca o coração, que transborda em sentimentos. A chuva de Nanã cala fundo no espírito, revolvendo tudo o que há de público e de confidencial em nós.


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