Bendicta
Resumo:
A primeira vista, pode-se dizer que a grafia do título do livro está incorreta. Mas para Daniel Campos o nome de batismo do livro é uma palavra recém-nascida da junção entre o português e o latim. Do encontro entre bendita e benedicta, nasceu bendicta. E é assim, como uma criatura, acima de tudo, bendicta, que o poeta vê, sente e vive a mulher amada.
Bendicta pode ser considerado a consolidação da poesia de Anjo Lilás ou um livro totalmente independente. Embora as duas obras cantem o amor à mesma mulher, que é a causa de uma procura de mais de dez anos, em Bendicta, por mais uma vez, a poética se renova interna e plasticamente. Nesta obra, do princípio ao fim, a mulher amada está ao lado do poeta e a distancia e o tempo assumem outro sentido, outra forma, outra dinâmica. Ao contrário das previsões dos céticos, os sentimentos não se acomodam, tampouco se aquietam. Eles ganham ainda mais força e continuam gritando e se expondo em carne viva no papel.
Em Bendicta, os poemas aprofundam os duelos entre o sacro e o profano, entre o céu e o inferno, entre o excepcional e o cotidiano na tentativa de descobrir a mulher amada e passar essas descobertas para o papel. A mulher amada, depois de encontrada, é amada para valer, maturada e decantada em versos. É esse detalhamento da mulher e do sentimento que o leitor irá encontrar nessas páginas bendictas.